Boletim CCBJ

A CCBJ envia regularmente boletim eletrônico aos associados. Na edição de julho, o artigo foi escrito Embaixador Guilherme de Aguiar Patriota, que está no comando do Consulado-Geral do Brasil em Tóquio. Ele escreveu sobre a comunidade brasileira no Japão.

 

Mensagem do Cônsul-Geral do Brasil em Tóquio, 

Embaixador Guilherme de Aguiar Patriota

O Brasil e o Japão estão ligados por múltiplos laços. Tivemos corrente de comércio da ordem de USD 10,6 bilhões em 2021. Mas esse número não revela toda a história que une um país ao outro. Nossa relação é mais do que centenária. Ao longo dos últimos trinta anos ultrapassamos a marca de 300 mil brasileiros residentes no Japão. Somos ainda 206 mil concidadãos e, superada a pandemia, retomado o crescimento, voltaremos a crescer e prosperar. O comércio não se desvincula da incrível história humana baseada nas experiências de vida de japoneses emigrados para o Brasil e no retorno ao Japão de brasileiros descendentes.

A comunidade brasileira no Japão é produtiva: são 135 mil homens, mulheres e jovens engajados na atividade fabril (7,8% do total da força estrangeira e 65% do total de brasileiros no país). Esse contingente obreiro sobressai no contexto do envelhecimento demográfico e da escassez de reposição de trabalhadores no Japão. Ao mesmo tempo, seu impacto é positivo para o balanço de pagamentos brasileiro: pois o Japão é uma das principais fontes de remessas do exterior, com USD 78 milhões enviados ao Brasil em 2021.

A comunidade brasileira no Japão é também dinâmica. Vários de seus membros conquistaram espaço localmente e firmaram-se como empreendedores de micro, pequeno e médio porte, muito bem-sucedidos. Agregam enorme valor, para além do intercâmbio, mais consolidado, entre grandes empresas brasileiras e japonesas em setores de escala, como mineração, metalmecânica e alimentos. Seja no Brasil seja no Japão, o peso do empreendedorismo é inegável. Estatísticas da OCDE comprovam: as micro, pequenas e médias empresas representam 99% das companhias em operação no Japão, absorvem 70% da mão de obra e contribuem com 50% do valor agregado no setor de manufatura.

É nesse cenário que atuam aproximadamente 1,5 mil empreendedores brasileiros no Japão. O número é possivelmente maior a depender da categorização utilizada. Naturalmente, o expressivo contingente de brasileiros empreendedores aqui residentes orienta a atuação de muitos negócios nos quais se destacam, como os setores de recursos humanos, educação, eventos, turismo, alimentação, serviços financeiros e agricultura. Em meu contato com empresários, observo que a tenacidade e o profissionalismo dos nossos nacionais têm ampliado o escopo de seus negócios para além da chamada “economia da saudade” e começam a conquistar também o público japonês.

Considero, pois, uma honra estar à frente de um dos maiores Consulados do Brasil no exterior e de servir à vigorosa comunidade brasileira em nossa jurisdição. Com o objetivo de sempre apoiá-la e, dessa forma, honrar os múltiplos laços que unem o Brasil ao Japão, coloco-me, juntamente com minha equipe, à disposição da CCBJ e de seus membros.

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