Boletim CCBJ

A Câmara de Comércio Brasileira no Japão envia boletim eletrônico aos associados. Na edição de setembro, o artigo foi escrito pelo diretor-presidente da Brazil Venture Capital, Mitsuru Nakayama. Ele analisa que o Brasil vai ser um líder econômico em breve.

 

Por que Brasil? Por que startup?

 

Por Mitsuru Nakayama

Diretor-presidente da Brazil Venture Capital

Eu vim para o Brasil pela primeira vez em 2011 e já se passaram 10 anos desde que comecei a viver em São Paulo. E o que me motivou para imigrar ao Brasil? A minha resposta é simples e clara. Porque o Brasil é um país com grande potencial e tenho certeza de que vai superar o Japão. 

 

Eu não tenho parentes no Brasil nem sou aficcionado pelo futebol ou samba. Nasci e cresci em Tóquio, e trabalhei numa consultoria econômica estrangeira depois de me formar em 1998 até abrir minha empresa própria no Japão, em 2000. Vivenciei a crise provocada pela quebra do banco Lehman Brothers e senti na pele como os impactos macroeconômicos podem afetar gravemente uma microempresa. 

 

Quando fui à Espanha para fazer um curso de MBA no segundo semestre de 2010, aos 35 anos de idade, me deparei com a seguinte dúvida: se eu pudesse escolher o melhor lugar do mundo para mim, elegeria o Japão ou não? Diante das grandes incertezas acerca do futuro do país, por causa do envelhecimento da população e da taxa de natalidade em declínio, conclui que o meu destino seria em outro lugar com potencial econômico maior que o do Japão.

Em termos de PIB, o Japão foi superado em 2010 pela China, que hoje está muito mais avançada também na área tecnológica. O mesmo deve ocorrer em breve também com a Índia. Em 2050, mais três países poderão ter PIB maior que o Japão: Indonésia, Brasil e México.

A meu ver, o mercado de startups de base tecnológica seria um dos indicadores principais do rumo da economia mundial. Por isso, em 2014, resolvi criar no Brasil a Venture Capital, empresa que investe em startups. Naquela época, o mercado brasileiro de startups ainda era pequeno, movimentando cerca de 3 bilhões de ienes por ano, mas hoje já ultrapassou o mercado japonês, com um faturamento aproximado de 600 bilhões de ienes apenas no primeiro semestre de 2021. Nesse setor, pelo menos, estamos testemunhando que o Brasil já superou o Japão antes da chegada do ano 2050. 

Mesmo assim, os investimentos vindos do Japão para o mercado brasileiro de startups ainda são pequenos. Por isso, considero importante promover ações para atrair investidores japoneses e procuro contribuir para essas iniciativas, apesar das minhas limitações, participando dos projetos da JETRO e da JICA, atuando também como coordenador do grupo de estudos de inovação da Câmera de Comércio e Indústria Japonesa do Brasil. 

Além disso, implantamos o LATAM, trabalho de consultoria direcionado para investidores interessados no mercado latino-americano, para oferecer gratuitamente informações referentes à América Latina e outros serviços restritos somente aos associados. Interessados podem acessar o site e fazer cadastro: https://brazilventurecapital.net/latam

 

Por meio dessas atividades, pretendo divulgar o potencial do Brasil entre os japoneses, contribuindo dessa maneira para startups e empreendedores brasileiros. 

 

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