A CCBJ envia regulamente boletim eletrônico aos associados. Na edição de setembro, o artigo foi escrito pela presidente da empresa Flor Azul, Mika Tanaka (foto), da Flor Azul. Ela avaliou como melhorar os negócios entre o Brasil e o Japão.
Parcerias para promoção contínua da cultura e dos negócios brasileiros
Por Mika Tanaka
Presidente da empresa Flor Azul
A FLOR AZUL é uma empresa com foco em serviços de importação e exportação. Gostaria de aproveitar esta oportunidade para compartilhar minhas opiniões pessoais e conselhos que tenho recebido dos outros empreendedores com os quais mantenho contato.
Os dois grandes eventos internacionais, a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos serviram para aumentar a variedade de produtos brasileiros comercializados no mercado japonês, entre eles, o açaí e o pão de queijo, que renderam inclusive versões adaptadas ao paladar japonês. É gratificante ver que a cultura brasileira ganhou destaque por meio desses megaeventos e conquistou novos fãs. Por outro lado, sinto porque o potencial das exportações brasileiras ainda está mal explorado no Japão e muita coisa acabou sendo deixada para trás. De fato, já ouvi algumas pessoas comentarem que o Brasil já passou da moda. Ao contrário do que essas pessoas pensam, porém, entre os profissionais que trabalham com o Brasil, o mercado brasileiro é visto como promissor com potencial para crescer muito e superar o japonês no futuro. Mas essa percepção, a meu ver, talvez ainda esteja desconhecida pela grande maioria do público.
Para despertar o interesse de mais japoneses pelo Brasil, acredito que é necessário unir esforços das partes envolvidas para realizar atividades promocionais. Em termos de iniciativas do modelo B2C (sigla para o inglês “business to consumer”, ou seja “negócios para consumidores”), o Festival Brasil, organizado anualmente pelo CCBJ, tem surtido efeitos significativos. Esse evento, que oferece oportunidades para o público japonês conhecer vários aspectos da cultura brasileira, como entretenimento, moda e culinária, tem contribuído para o Brasil conquistar novos fãs.
Infelizmente, o festival é realizado apenas uma vez por ano. Para manter o interesse do público pelo Brasil, será preciso criar outras iniciativas. Seguir o modelo de negócios sul-coreano, de mesclar o entretenimento com as promoções comerciais, por exemplo, seria uma boa alternativa.
Já no âmbito B2B (negócio para negócio), teremos de desenvolver propostas direcionadas para pequenas e médias empresas. No passado, foram realizados muitos seminários de investimento sobre o mercado brasileiro, mas a maioria deles acabou apenas como uma simples sessão de estudo.
Apresentar os recursos naturais e outros produtos disponíveis no Brasil e as possíveis formas de adquirí-los para indústrias japonesas, que precisam de matérias-primas, por exemplo, seria uma boa iniciativa para promover parcerias entre o Brasil, um país rico em recursos naturais, e o Japão, uma potência tecnológica.
A Flor Azul vem divulgando a cultura brasileira no Japão por meio da importação de produtos brasileiros e das atividade de intercâmbio cultural. Mas o que uma pequena empresa pode fazer é bastante limitado. Para promover o potencial ilimitado do Brasil junto ao público japonês, seria importante fortalecer a parceria entre a CCBJ, suas empresas associadas, Embaixada, e outras entidades como a Apex–Brasil.