Agricultura tecnológica

A empresa de telecomunicações NTT criou o setor AgriTechnology há 4 anos para atuar na agricultura digital. A NTT vem fazendo teste de 5G para a agricultura. Isso pode auxiliar a falta de mão de obra e de espaço no Japão, além de suprir a escassez de instrutores. Esse investimento na área digital é um dos pilares do governo japonês, conforme salientou a vice-diretora de Relações Públicas Internacionais, Miho Shimizu, do Governo de Tokyo. Ela relatou que há uma estimativa de que a cada cinco pessoas na agricultura do Japão em 2025, uma será idosa, ou seja, com cerca de 75 anos.Essa aplicação de tecnologia de ponta como robôs, Inteligência Artificial é chamada de smart agriculture.

O Governo de Tokyo convidou a mídia para conhecer os avanços tecnológicos da NTT, na NTT Central Training Center, que fica em Chofu, Tóquio. Numa pequena estufa, que pode ser montada no estacionamento de um shopping, por exemplo, é possível implantar o sistema para plantar verduras como tomate. Na estufa modelo, há câmeras 4K e câmera móvel controladas remotamente por especialistas que ficam no Centro Metropolitano de Pesquisa Agrícola e Florestal de Tóquio, em Tachikawa. Assim, há menor intervenção humana. Já o funcionário que trabalha na estufa não precisa ter experiência em agricultura. Eles são orientados por instrutores remotamente. O funcionário da estufa também usa óculos digital que transmite dados online como número de folhas automaticamente para a central de controle. 

O COO da NTT AgriTechnology Corporation, Hirotaka Kobayashi, diz que um dos problemas é a demora do especialista em visitar uma área agrícola para prestar assistência, o que pode acontecer apenas uma vez por mês. Com esse sistema, é possível ter contato com a produção online todos os dias pelo menos por 5 minutos, fornecendo orientações e evitando perdas de produtos. De acordo com o Ministério da Agricultura no Japão, o número de pessoas que trabalham no setor agrícola caiu de 10.634 em 1998 para 7.202 em 2021, o que representa queda de 32%. Outro dado que preocupa foi mostrado por Kanako Ooishi, da NTT AgriTechnology. Segundo ela, o número de fazendas comerciais vem caindo gradativamente, o que representa queda de 46% de 2005 para 2020 no Japão. Em 2020, foram constatadas 5.100 fazendas comerciais. Kobayashi espera que a agricultura adote mais esse modelo no futuro com possibilidade de analisar temperatura, umidade, água entre outros dados.

O valor para montar a estufa pode ser um dos entraves. De acordo com  Kanako, estima-se gasto de cerca de ¥40 milhões para uma estufa de 400 metros quadrados, com necessidade de um funcionário e dois assistentes. O valor pode contar com subsídio do governo japonês.

Texto e foto: Neide Hayama

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